Nasceu com olhos
azuis e parecia...
- Um anjinho.
Essa foi a frase da
mãe ao ver o bebê, para piorar a situação o bastardinho veio com cabelo loiro e
ganhou nome de anjo.
- Vai se chamar
Gabriel.
Dã.
Mais típico
impossível, desde o começo foi mimado. O pequeno gordinho mal saiu do hospital
e era convidado a fazer comerciais. E foi enriquecendo os pais ainda sem saber
limpar a bunda sozinho.
Foi crescendo e
habituando-se a receber de pronto seus desejos. Com oito anos, descobriu o
valor de um rosto para o mundo.
Estava na escola e
roubou o giz colorido do Paulinho, a professora descobriu e veio tirar
satisfação.
- Gabriel. Isso não
se faz...
Ainda nem tinha
beijado alguém e descobriu o cinismo.
- Mas professora esse
giz é meu.
O Paulinho tinha um
histórico horrível, batia em todo mundo e ferrava tudo mas ladrão, ladrão não
era.
- Ele tá mentindo
professora!
Doeu no querubim ser
contrariado em sua farsa.
- É meu sim. É meu
sim.
Começou a chorar como
um rio, chorava de raiva.
Vendo que o artifício
não funcionava apelou, partiu para pancadaria. Nunca havia batido em ninguém.
Talvez por isso tenha sido tão brutal, tão primitivo. Pegou o parrudo Paulinho
de surpresa, este caiu para trás e perdeu dois dentes.
Paulinho levantou com
olhos de um carniceiro. Num salto avançou sobre o anjinho.
Mas um braço forte o
conteve de sua satisfação imediata. Era o diretor da escola que passava por
ali.
Gabriel levou sua
mentira até as últimas consequências, como reparação, Paulinho foi expulso da
escola.
Neste mesmo dia
esperou a saída de Gabriel da escola. Mas os pais do modelo-mirim foram buscar.
- Não deixo mais meu
filho nesta escola de ladrões.
Sentenciou a mãe e o
mudou para a melhor escola paga da região.
Já o Paulinho; além
de perder dois dentes levou uma surra ainda maior do Paulão, o pai, que era
famoso por ter mão pesada e praticar boxe no filho.
- Acho que o Gabriel
vai precisar de terapia depois desse trauma, ele ficou tão mal que até bateu no
ladrãozinho.
A terapia do Paulinho
pra aprender a não mexer com anjos foi de vários hematomas pelo corpo.
Gabriel. Boa
aparência, bem de vida, requisitos essenciais para surgir um desgraçado.
2 - A puberdade dos
anjos
Nunca mais bateu em
ninguém. Não precisava. Era conhecido na escola por ser o garoto do comercial
de tênis.
Desconhecia as notas
vermelhas, era favorecido por professores e amigos diversos. As colas apareciam
sem pedir e as associações para trabalhos escolares eram com os melhores da
sala.
Conseguia tudo muito
fácil mas e daí? Isso não era novidade para ele.
Com treze anos então.
Choviam gibis,
carrinhos em miniatura para coleção e bilhetinhos de amor juvenil. Um dia se
pegou olhando as formas que teimavam em ser generosas da professora de
Biologia.
Pronto. A puberdade
chegou com um tesão chocante, incontrolável. Então o puto ligou os pontos.
Se a aparência lhe
abria portas, porque não abriria as pernas das meninas da sala? Em pouco tempo
já tinha até um alvo.
Chamava-se Nara e já
tinha corpo de mulher semi-pronta. Gabriel até riu da idéia.
"Um ano atrás eu
só pensava em jogar com meus amigos, agora tudo que quero é essa menina
nua."
Lembrou da antiga
Nara, a magrelinha que vivia colecionando cartões, agora uma gostosinha de
seios empinados.
Ao tentar a
aproximação teve de disfarçar sua ereção. Os pais iam sair no fim de semana e
ele ia ficar algumas horas sozinho.
- Nara, quer ir fazer
o trabalho de Ciências Sociais lá em casa neste fim de semana?
Ela deu um sorrisinho
com as amigas, Gabriel escutou uma delas sussurrar no ouvido de Nara.
- Vai! Você tem
sorte.
Os olhos verdes o
fitaram.
- Vou sim, que horas?
Foi simples assim, ele
não havia se tocado mas todas as meninas da sala já o olhavam diferente.
Realmente elas crescem mais rápido.
Pensou.
"Tenho que
aproveitar então."
E tascou um beijo na
menina, essa se movia como num filme, para que todos na escola pudessem vê-la
beijar um anjo.
Então naquela
patética sexta-feira ele exercitou sua masturbação pensando no sábado. Sua mãe
demorou a sair com o pai no dia da inauguração.
- Você vai ficar bem
filho?
De imediato
respondeu:
- Vou sim mãe, pode
ir.
Acostumado com
imediatismo teve de esperar. Então resignou-se.
- Você demorou hein!
Eu marquei para às duas.
Eram duas e dez.
- É que tive de ligar
para minha mãe.
Ficou então a pequena
obra de arte sob a guarda do anjo. A última coisa que pensariam naquelas horas
seria o livro de Ciências Sociais.
Agarraram-se com fome
um do outro. Juventude, bocas se encaixavam em mordidas. Pudores iam embora.
E para ela não foi
tão bom, doeu um bocado. Mesmo assim deu para ele por mais três meses. Até
nosso anjo enjoar.
Comeu então
praticamente a população feminina da sala. A população feminina bonita.
Alguns fantasiavam
que ele havia papado até a professora de Biologia, a deusa!
Gabriel completou
dezesseis.
Começou a expandir
território. E numa voada pelo corredor da biblioteca pousou os olhos numa
infeliz.
O nome da infeliz era
Nadine.
Infeliz; porque
quando Nadine tirou os olhos do livro e viu o anjo, fodeu tudo.
Infeliz; Nadine era a
namorada do Paulinho, lembra dele?
3 - Caso complicado
Nem nosso anjo
lembrava do Paulinho, então passou a investir em Nadine. Sorrisos e bilhetes,
quatro dias depois ela se desmanchou; daí veio a bomba.
- Eu namoro.
E daí!? Gabriel
pensou mais de uma vez na pergunta que martelava seu ego.
E daí!?
Elucidou o caso com a
manjada frase:
- E daí!?
A moça, uma romântica
frustrada, o olhou e se perguntou.
"Vale a
pena?"
E então, então largou
do Paulinho.
Que disse:
- Mas eu te amo
Nadine!
E de Nadine saiu a
equação simples:
- Gosto de outro.
E se foi deixando um
poço de tristeza para trás.
Como era linda
Nadine. Gabriel tentava a todo custo ver sua beleza nua.
- Ainda não.
Ficou com cara de
taxo. Como é que ela negava?
Mas a queria de
qualquer jeito.
- Tenho vergonha do
meu corpo.
Ele não acreditava,
vergonha? Daquele corpaço? Gabriel pensava.
"Será que é
amor? Por quê a espero tanto?"
As respostas para
estas perguntas viriam em seu aniversário.
Ela chegou com um
embrulho nas mãos.
- Meu presente pra
você.
Ele abriu rápido, era
um livro. Ela perguntou:
- Você não lembra?
Ele deu de ombros.
Ela ficou um pouco triste.
- Era o livro que eu
lia na primeira vez que nos vimos.
O anjo nem se
lembrava.
- Não sou muito de
ler.
Nadine tentou insistir:
- Desse você vai
gostar.
E viu que os olhos de
Gabriel passeavam pelos seus seios.
- Tudo bem então.
Mesmo chateada foi
dar para ele a primeira vez. Enquanto entravam no quarto ele pensou.
"Isso sim é que
é presente!"
- Acende a luz linda!
Ela respondeu:
- Tenho vergonha.
Beijo daqui, mordida
dali, palavras no ouvido e a luz foi acesa.
Ele estava à cinco
passos dela. Redobrou sua dureza quando a viu.
"Valeu a pena
esperar."
Intrigado perguntou:
- Do que você tinha
vergonha?
Ela ruborizou e se
virou.
Suas costas eram
marcadas; marcadas de ferimentos sobre ferimentos.
- Ele dizia que me
amava. Que éramos um do outro.
Gabriel espantou-se.
- Seu ex que fez
isso? Puta merda!
Ela cobriu-se com o
lençol.
- Estou horrível, não
é?
Noite perdida? Nem
pensar.
- Não. Não está nem
um pouco.
Virou ela e começou a
beijar de leve suas costas.
O que ela não sabia é
que ele mantinha seus pensamentos na dadivosa bunda, abaixo das marcas.
Agora a resposta das
perguntas.
Porquê ele a esperava
tanto?
Resposta fria: para
possuí-la.
Será que ele a amava?
Não vamos ser
idiotas; no outro dia já queria terminar com ela.
É aí que Paulinho
retorna em cena.
- Não dá mais Nadine.
Ela ficou chocada.
- Como assim...?
Vamos nos poupar das
baboseiras que Gabriel inventou; o fato é que Paulinho passou na rua justo
neste momento.
- É por este merda
que você me trocou!!??
Ela não pôde
responder, o primeiro soco foi para ela.
"Tomara que ele
não me acerte na cara."
Pensamento do modelo
ao ver a montanha humana se aproximar.
E foi na cara que ele
levou mas não muito. A polícia estava por ali, justo quando Paulinho puxava a
faca para mandar nosso anjo para o céu.
Ou para o inferno.
Na delegacia
retornamos a algo já conhecido.
- Ela é ex-namorada
dele, ele batia nela e tentou me matar.
Blá, Blá.
Esperando pela
liberação da polícia estava sentado numa cadeira. Nem percebeu quando Nadine
sentou-se ao seu lado.
- Então é isso? Vai
me largar?
Ele ficou vermelho.
- Eu te amo mesmo
anjo, de coração.
Ele quieto.
- Ouviu? Eu te am...
O policial cortou.
- Está liberado
senhor Gabriel.
Nem se despediu de
Nadine. Saiu com os olhos roxos da delegacia para começar sua etapa adulta.
O Paulinho que já era
adulto mofou um tempo na prisão.
4 - O pacote
Curou o rosto. Em
tempo recorde estava novamente fazendo comerciais. Com vinte anos continuava
ganhando rios de dinheiro.
E mantinha casos com
celebridades famosas. Fez a festa no elenco feminino das emissoras.
Nada podia acontecer
de errado mas aconteceu.
Recolhia sua
correspondência na caixa quando viu um estranho pacote.
Um embrulho bem feito
com um cartão. Abriu o cartão de mensagem simples.
"Se
lembra?"
Piada. Só podia ser
piada. Subiu as escadas da entrada de sua mansão.
"Quem
mandou?"
Então na sala foi
abrindo o pacote, haviam algumas camadas de tecido enrolados em algo.
Notou um líquido
escarlate ao fundo. Então abriu de todo.
"Boa
piada."
Pegou a coisa e
aproximou do rosto para ver melhor.
"Parece de
verdade."
O cheiro não mentia,
era um cheiro de carne estragada. E ele aproximou, ele pegou, meu Deus!
Jogou longe o
repugnante presente. Um dedo de mulher.
Então, o telefone
tocou.
Em choque; atendeu. O
sisudo policial perguntou antes que Gabriel pudesse falar:
- O senhor conheceu
Nadine Alencar?
"Nadine?"
- Esta jovem
desapareceu há dois dias. A mãe está aflita.
Seu olhar fitava o
dedo ao chão. O policial continuou.
- Achamos fotos do
senhor com ela.
O policial fitava o
rosto espantado de Gabriel.
- Também temos
informações que Nadine namorou Paulo Botelho.
"Paulinho? É;
foi ele."
Pensava Gabriel unindo
peças. Dedo no pacote = morte horrível. O policial disse:
- Um sujeito de alta
periculosidade. Fugiu da cadeia alguns dias atrás.
"Fugiu? Porra!
Porra! Porra!"
- Peço que o senhor
nos ligue se tiver alguma informação.
E foi embora dizendo:
- E senhor Gabriel...
Gabriel soltou:
- Hã?
O policial taxativo:
- Cuidado.
Pegou uma espátula da
cozinha para recolher o dedo, colocou em choque o dedo na caixa.
Lembrou-se então de
Nadine, a linda, sangrando até a morte. Temeu por sua vida angelical.
Recobrou-se e então, ligou
para a polícia.
- Meu Deus! É
horrível, mandaram algo pra mim!!!
Ficou um tempo
recluso, recusava-se a pegar a correspondência. Paulinho não foi preso e Nadine
não foi encontrada.
Chegou então uma
entrega especial para ele, assinou a entrega e pediu para o mordomo abrir.
- É um livro senhor.
Gabriel pegou o livro
nas mãos. Dentro havia um bilhete.
"Lembre-se.
Receberá o resto depois."
O anjo achou o livro
familiar.
No mesmo dia recebeu
uma mão direita em outra entrega.
"Para combinar
com o dedo."
Dizia o bilhete.
Ainda havia uma frase no livro em língua estrangeira.
Parecia francês.
5 - Da idolatria do
Marquês¹
Diante deste
escândalo sem igual a imprensa se agitou. Nosso anjo gostaria de ter asas e
sumir por uns tempos.
Tinha pesadelos
horríveis com Paulinho.
A polícia esperava
encontrar o cadáver da moça mutilada.
E então, prenderam o
Paulinho.
Encontraram-no em sua
antiga casa. Ele resistiu à prisão e mandou dois policiais para o hospital.
- Sou culpado só de
fuga.
O interrogatório foi
longo.
- Onde ela está?
Ele surpreso.
- Não sei.
Na casa de Paulinho
encontraram chicotes, algemas entre outras ferramentas de sadomasoquistas.
Nenhuma evidência ou mancha de sangue comprometedora.
- Você gostava de
bater nela seu pervertido.
Ele nada respondia.
Na delegacia soou o
telefone. Alguém havia encontrado Nadine.
Dois dias atrás fora
encontrada em uma casa abandonada. Os vizinhos do local ouviram gritos de
mulher.
Estava magra. Os
ferimentos estavam infeccionados. Gritava:
- Meu anjo, venha me
buscar!
Foi encaminhada para
o hospital como uma pária. Estava mantida sedada. Tinham certeza de um grande
choque pós-traumático.
Eis que um enfermeiro
andando pela rua a reconheceu nem cartaz de desaparecidos.
A polícia chegou
rápido e a única frase que ouviram da boca dela foi:
- Eu quero ver
Gabriel!
Diante da notícia e
do pedido, Gabriel ficou paralisado. Pensou com pavor.
"Eu devo isso a
ela, aquele doido a pegou e a fez sofrer por minha causa."
E rumou para o
hospital.
Ela estava em um
quarto escuro e frio. O saudou da porta.
- Você veio. Meu
anjo.
Estático via a moça
sentada na cama e sussurrou:
- Estou aqui Nadine.
Ela ligou o abajur.
- O que aquele
desgraçado fez com você foi culpa minha.
Gabriel despejou a frase
com raiva enquanto olhava a bela mutilada.
Súbito começou a
chorar.
Ela fez sinal para
que ele se aproximasse. O anjo sentou ao lado dela.
- Você continua
lindo. Como sempre senti em meu coração.
Sim; ela ainda o
amava.
Chorou então no ombro
de Nadine com vergonha. Uma dolorosa vergonha.
Na delegacia continuavam
as perguntas para Paulinho.
- Que frase é essa,
seu doente?
O policial mostrava o
livro que Gabriel recebera pelo serviço de entregas. Paulinho olhou com cuidado
o título.
"Justine"
- Que frase?
Ele perguntou olhando
o policial. Este riu e disse:
- No final do livro,
você sabe muito bem. Sabemos que sua mãe era descendente de franceses e falava
bem a língua.
Paulinho pegou o
clássico livro do Marquês de Sade e começou a folhear.
- Você batia mesmo
nela, não é? Achamos seu pequeno arsenal em sua casa.
Paulinho parou na
página da frase.
- Esta frase quer
dizer "sou tua, meu anjo". E saibam. Se eu batia é porque ela
gostava!
- Você leu o livro?
Limpando as lágrimas
Gabriel respondeu:
- Que livro?
Ela começou a falar
alto.
- Que livro!?
Seu rosto estava
transtornado.
- O livro que eu lia
quando te conheci, o livro que te dei de presente na nossa noite de amor.
Ele não entendia.
- Calma Nadine, você
está nervosa. Me diga o que eu faço pra te acalmar?
Ela abriu os braços.
- O que fazer pra me
acalmar?
Gritou.
- Me ame. É isso que
eu quero, me ame!
De repente baixou o
tom de voz. Falava para si mesma.
- Eu sei que sou
doente, afinal, porque namorar um idiota como o Paulinho? Pelo menos ele
ajudava com minha doença. Aí encontrei um anjo e pensei que ele ficaria comigo.
Gabriel tentou
segurá-la.
- Não. Me solta!
Ela se levantou e
apontou pra ele.
- Você não me ama e
eu sou tua! Fiquei anos pensando em você e vi sua ascensão.
O rosto treme.
- Eu tinha de fazer
você se lembrar de mim!
Gabriel estava com
medo daquela mulher que desconhecia. Murmurou.
- O que você fez?
Ela disse então a
terrível verdade:
- Você cortou meu
coração, cortar um dedo, cortar minha mão. Não é nada!
Gabriel ficou com o
olhar vago.
- Pra você lembrar
mandei até o livro. Nem assim você lembrou.
Ela gritava.
- Sempre pensou em
você, sempre!
Ele começou a
balançar a cabeça.
- Foi você o tempo
todo? Eu me preocupei, eu chorei com pena e vergonha e foi você o tempo todo?
Gritou:
- Sua; sua retardada!
A moça agora chorava
e ele atacava:
- Você quase acabou
com a minha carreira, você entende isso? Sua doente mental!
E andava pelo quarto
soltando fúrias.
- Pelo amor de Deus;
se queria morrer porque não cortou os pulsos!?
Ela o segurou pelo
braço chorando.
- Eu só queria ficar
perto de você...
Ele se solta.
- E se cortou achando
que eu fosse te amar? Estou é com raiva! Eu vou contratar tantos seguranças que
você nunca mais, escute bem, nunca mais chegará perto de mim. Sua psicótica!
Foi saindo do quarto
quando ouviu:
- Você não pode fazer
isso comigo meu anjo.
Foi em direção a ela.
Rápido lhe agarrou os braços.
- Posso e vou! Eu não
acredito. Eu só dormi contigo uma vez e você ficou assim!
Ele se aproximou do
rosto de Nadine e cuspiu entre os dentes.
- Olha bem. Olha!
Você nunca mais vai ver este rosto.
Com a mão livre ela
apanha algo embaixo do travesseiro. Fala olhando nos olhos dele.
- Eu sei disso.
Rapidamente abre três
grandes talhos no rosto de Gabriel com o bisturi.
- Fui a última a ver
um anjo e mostrar sua verdadeira face de monstro.
Enquanto ele grita no
chão levanta mais uma vez o bisturi e rasga por inteiro sua própria garganta.
Com o olho que lhe
restou ele vê a bela morena com os seios nadando em sangue.
Os comerciais
acabaram, acabou sua projeção.
Era um ex-pedaço de
mau caminho com o olhar perdido no espelho. Não reconhecendo o monstro que lhe
olhava.
E seu pedaço de mau
caminho foi quando recebeu o olhar de Nadine a primeira vez.
Extras e referências:
1 -
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